O que é Nutrição Neuropsiquiátrica?

Quando a alimentação cuida da mente.

A Nutrição Neuropsiquiátrica é uma área da nutrição que investiga e aplica o impacto dos nutrientes sobre a saúde mental. Mais do que simplesmente "comer bem", esse campo avalia como cada componente da alimentação influencia o funcionamento do cérebro e o equilíbrio neuroquímico — especialmente em pessoas que convivem com transtornos mentais, como ansiedade, depressão, TDAH e o Transtorno do Espectro Autista (TEA). 

Por que isso importa?

Hoje, já sabemos que o cérebro é altamente sensível à qualidade da alimentação. Nutrientes específicos participam da produção de neurotransmissores, do controle da inflamação no sistema nervoso e até da regulação do eixo intestino-cérebro — um dos grandes protagonistas da saúde mental.

Estudos mostram que padrões alimentares inflamatórios (ricos em ultraprocessados, açúcares e gorduras trans) estão associados ao maior risco de depressão, enquanto dietas anti-inflamatórias (como a mediterrânea ou com foco em comida de verdade) apresentam efeitos protetores e até terapêuticos.

Um estudo publicado na revista BMC Medicine (Jacka et al., 2017) demonstrou que intervenções nutricionais podem reduzir significativamente os sintomas de depressão — resultado comparável ao de intervenções medicamentosas em alguns casos.

O que a ciência diz sobre Nutrição no TEA?

No caso do Transtorno do Espectro Autista, o papel da nutrição é ainda mais relevante. Muitos pacientes com TEA apresentam seletividade alimentar, desequilíbrios nutricionais, disfunções gastrointestinais, inflamação crônica de baixo grau e alterações na microbiota intestinal — todos esses fatores impactam diretamente o comportamento, o sono, a cognição e a qualidade de vida.

Estudos como o de Critchfield et al. (2011) e Krajmalnik-Brown et al. (2015) reforçam que há uma conexão direta entre a composição da microbiota intestinal e os sintomas do autismo, e que intervenções dietéticas personalizadas podem reduzir comportamentos estereotipados, melhorar a comunicação e reduzir sintomas gastrointestinais.

Além disso, nutrientes como vitamina B6, magnésio, ômega-3, zinco, ferro, probióticos e aminoácidos têm sido investigados com resultados promissores no suporte ao desenvolvimento e à regulação neurológica em pessoas com TEA.

Nutrição como centro do cuidado

Quando pensamos em saúde mental, é comum que o tratamento envolva apenas medicamentos e terapia. A Nutrição Neuropsiquiátrica propõe um olhar integrativo: coloca a alimentação como um dos pilares centrais do tratamento, capaz de potencializar os resultados das demais abordagens e, em muitos casos, reduzir a necessidade de medicamentos.

O plano nutricional aqui, vai muito além de "emagrecer" ou "engordar". Ele é feito de forma individualizada, com base em exames, sintomas, hábitos e preferências. O objetivo é reequilibrar o corpo, reduzir processos inflamatórios, restaurar nutrientes e promover um ambiente metabólico e neurológico propício à saúde mental.

Para quem é a Nutrição Neuropsiquiátrica?

O tratamento é indicado para qualquer pessoa que esteja em sofrimento psíquico — com ou sem diagnóstico formal. Entre os transtornos mais atendidos por mim no consultório estão:

- Transtorno do Espectro Autista (TEA)

- Transtornos de Ansiedade

- Depressão

- TDAH

- Transtorno Bipolar

- Transtornos do sono

- Esquizofrenia

- Transtornos Alimentares

- Dentre outros

O atendimento nutricional é complementar ou pode ser principal?

A Nutrição Neuropsiquiátrica pode ser complementar ou central, dependendo do caso. Para muitas pessoas, ajustar a alimentação já representa um impacto profundo nos sintomas e na qualidade de vida. Em outras situações, trabalhamos em parceria com psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais e outros profissionais que estejam te atendendo.

Meu compromisso como nutricionista especializada em neuropsiquiatria é acolher, investigar e construir, junto com você, um plano alimentar que faça sentido na sua rotina e contribua para o seu bem-estar físico, emocional e cognitivo. Ellen Camargo.

JACKA, Felice N. et al. A randomised controlled trial of dietary improvement for adults with major depression (the 'SMILES' trial). BMC Medicine, v. 15, n. 23, 2017.
Disponível em: https://bmcmedicine.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12916-017-0791-y. 

CRITCHFIELD, J. W. et al. The potential role of probiotics in the management of childhood autism spectrum disorders. Gastroenterology Research and Practice, v. 2011, Article ID 161358, 2011. Disponível em: https://www.hindawi.com/journals/grp/2011/161358/ 

KRAJMALNIK-BROWN, Rosa et al. Gut–microbiota–brain axis and autism: cause, consequence or co-occurrence? Trends in Microbiology, v. 23, n. 5, p. 354–366, 2015.
Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.tim.2015.03.007 

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